PLÁSTICOS E INTERNET:
A AVENTURA APENAS COMEÇOU
Antonio Augusto Gorni
Editor Técnico, Revista Plástico Industrial
- INTRODUÇÃO
A Internet é um gigantesco sistema de comunicações digitais que permite a interligação de milhões de computadores ou redes de computadores ao redor do mundo. Esta rede foi originalmente desenvolvida com fins bélicos, com o objetivo de viabilizar comunicações seguras entre bases militares americanas. A informação enviada por ela é subdividida em vários "pacotes", os quais podem percorrer diversos caminhos até chegar seu destino final, onde são devidamente identificados e recompostos na informação original. Sua arquitetura permite que ela continue funcionando normalmente, mesmo se alguns de seus nós forem eliminados. Este aspecto é fundamental para garantir a continuidade do fluxo de informações entre as bases militares, mesmo se algumas delas fossem arrasadas por bombas nucleares. E também logrou viabilizar um sistema de comunicações extremamente eficaz.
Os principais motivos que explicam sua espetacular expansão em escala global ao longo dos últimos anos são:
- O baixíssimo custo das comunicações digitais o que, na prática, tornou irrelevante o fator distância. Basta comparar quanto custa uma carta e um E-Mail...
- É possível transmitir de tudo via Internet. Basta digitalizar a informação (convertê-la em números), enviá-la a alguém ou colocá-la num site: mensagens, planilhas numéricas, programas de computador, gráficos, desenhos fotos, sons, filmes, comandos para automação...
- A plataforma gráfica Windows é muito amigável, apesar de sua notória instabilidade.
Ou seja, nunca foi tão fácil transmitir e reproduzir informação!
Hoje os recursos da Internet são tão rotineiros que já não se percebe a enorme revolução que ela provocou. Afinal, há dez anos atrás, quem poderia imaginar que, sem sair de sua poltrona, poderia:
- Trocar mensagens, fotos, sons ou mesmo vídeos com outras pessoas;
- Conversar (inclusive literalmente) em tempo real com pessoas em outros países, ao custo de uma ligação telefônica local;
- Visitar museus e bibliotecas;
- Fazer compras;
- Freqüentar cursos e assistir conferências ocorrendo a milhares de quilômetros;
- Copiar músicas e vídeos;
- Publicar sobre qualquer assunto que desejasse;
- Telecomandar quaisquer tipos de aparelho.
E tudo isso em escala global, em tempo real e a baixo custo!
A principal limitação para o poder da Internet está na capacidade de transmissão de dados da rede, principalmente no segmento provedor - usuário doméstico. A solução inicial mais viável foi o uso da rede telefônica que, apesar de não ter sido projetada especificamente para a comunicação digital, logrou permitir comunicação sob velocidades de 56 kbps. Sua principal vantagem consiste em estar em (quase) todo lugar. Hoje há alternativas que vem apresentando crescimento notável, como as linhas telefônicas especiais (Speedy) e de TV a cabo. No exterior vem aparecendo o acesso via satélite, mas ainda a custos proibitivos. E, em escala experimental, vem sendo testada a transmissão em linhas de fornecimento de eletricidade, que é a rede mais disseminada possível a custo baixo.
Apesar de tudo o que a Internet proporciona, podemos ainda estar apenas no começo de uma grande revolução, pois o progresso tecnológico na área da computação e comunicações não pára. E a cada progresso correspondem novas aplicações na Internet e renovadas (e, às vezes, surpreendentes) implicações para a sociedade atual. O que o futuro nos reserva, a curto e médio prazo?
- Internet sem fio, que já está sendo introduzida em telefones celulares que usam a tecnologia Wap;
- Conexão de qualquer tipo de aparelho eletrônico na Internet;
- Fim do monopólio do computador como dispositivo para acessar Internet;
- Redução do custo das conexões de banda larga;
- Progressivo fim da era de promoções e serviços gratuitos na Internet, uma vez que os sites precisam se tornar financeiramente auto-sustentáveis depois do fim do dinheiro fácil proveniente de investidores iludidos com a dita "Nova Economia". E há sinais de que as rendas provenientes do comércio eletrônico e da publicidade estão sendo insuficientes para se atingir a esse objetivo.
- Plena viabilização da Internet para distribuição de todo tipo de informação (programas de computador, filmes, música...).
Todo esse progresso está levando a uma série de drásticas mudanças positivas, como:
- Comunicação fácil, rápida e barata através do E-Mail, agilizando o processo de tomada de decisões;
- Liberdade de expressão e manifestação na World Wide Web;
- Acesso a todo tipo de informação, 24 horas por dia, 7 dias por semana;
- Acesso fácil e barato à educação e treinamento, principalmente para os que dominam o esperando da era moderna - a língua inglesa;
- Multiplicação/disseminação de nichos de conhecimento através de comunidades eletrônicas, perpetuando memórias e informações que, de outro modo, seriam perdidas ou ocultas em poeirentas bibliotecas;
- Novas alternativas de entretenimento.
Mas também temos o lado negro da força:
- Overdose de informação. É tão fácil enviar mensagens eletrônicas que hoje podemos perder várias horas administrando a enxurrada de cartas virtuais que chega diariamente. Isto significa menos tempo disponível para o trabalho realmente útil ou o lazer;
- Surgimento do spam, ou seja, mensagens eletrônicas enviadas contra a vontade do usuário. Geralmente trata-se de propaganda de empresas pouco sérias. Esta é a versão eletrônica do junk mail, ou seja, catálogos e propaganda enviados pelo correio tradicional sem prévio consentimento do destinatário. Ela só piora a overdose de informação citada acima e ainda onera o remetente, que tem de pagar para recebe-las;
- Ameaça ao pagamento de direitos autorais devido à extrema facilidade para se transmitir e reproduzir informação;
- Questionamento permanente de empregos e atividades tradicionais, particularmente dos intermediários entre a informação e seus usuários: vendedores em geral, professores, editoras, bibliotecários... Agências de viagem, empresas de aviação e transporte em geral também estão ameaçadas, pois já não é necessário o deslocamento de pessoas para cursos, reuniões e palestras;
- Disseminação de filosofias e práticas política, social e moralmente incorretas;
- Maior vulnerabilidade da sociedade em função de sua dependência dos computadores. Tivemos um exemplo bastante instrutivo no caso do bug do ano 2000, quando se imaginava que a virada do ano seria acompanhada do caos total pela incapacidade dos computadores em reconhecer a virada do milênio. Mas temos também os ataques de hackers a sites estratégicos na Internet, para roubo de informação, valores ou mero vandalismo. Ou ainda os famosos ataques de vírus transmitidos por E-Mail, que já estão se tornando semanais.
- A INTERNET E AS EMPRESAS
O que isto significa para as empresas? A Internet representa uma série de oportunidades e riscos. Informações sobre competidores que até pouco tempo atrás eram sigilosas e estratégicas, tais como suas tabelas de preços, organogramas, listagem de equipamentos e suas capabilidades, nome de clientes, etc., hoje se encontram disponíveis ao público em seus próprios sites. A Internet está promovendo relações mais transparentes entre clientes e fornecedores e, por tabela, entre competidores.
Mas a verdade é que as empresas ainda não estão completamente familiarizadas com os recursos que a Internet disponibiliza. É como se elas ainda estivessem ofuscadas com o repentino surgimento de uma luz brilhante que está revelando um novo ambiente de negócios. Elas ainda não conseguiram aproveitar completamente todo o seu potencial.
No afã de se integrar à onda do momento e marcar presença no cyberspace, muitas empresas criaram sites às pressas, com pouca imaginação ou infraestrutura. Os defeitos mais freqüentes são:
- Páginas WWW que são meras cópias eletrônicas de catálogos e brochuras já existentes em papel;
- Longos períodos entre atualizações do site, desestimulando visitas freqüentes;
- Falta ou demora na resposta às mensagens eletrônicas enviadas à empresa a partir de seu site. Não é raro que a mensagem do cliente e potencial retorne com a informação de que aquele endereço ainda não foi implementado... e que traga consigo uma inapelável imagem de amadorismo sobre a empresa.
Quais, afinal, são as recomendações para que um site empresarial aproveite plenamente os recursos proporcionados pela Internet? Ei-los:
- A abordagem mais adequada é pensar no site como sendo um stand virtual permanente numa feira de negócios;
- Apresentação dos produtos com recursos multimídia para atrair a atenção dos visitantes;
- Mostrar exemplos de aplicação dos produtos;
- Simular os possíveis usos dos produtos;
- Promover chats on line com clientes em potencial;
- Promover chats on line para dar assistência técnica aos clientes tradicionais;
- Disponibilizar questionários on-line para avaliação de produtos, o que serve de uma valiosa fonte de feedback para a empresa.
Há, por outro lado, o reverso da moeda. Sites mais sofisticados representam maior custo para implantação e operação. Surge então a dúvida: a receita diretamente obtida pela presença do site, em termos de maior faturamento junto aos clientes, irá compensar os investimentos em sua implantação e operação? Será que os clientes da empresa já estão prontos para visitar um site contendo recursos complexos, que exige conexões de alta velocidade e de boa qualidade, bem como microcomputadores atualizados? Se não estiverem o tiro sairá pela culatra, pois gerará frustração aos clientes que visitarem o site e não conseguirem usar seus recursos por insuficiência de equipamento.
Essas questões ainda não foram adequadamente respondidas. Boa parte dos sites comerciais implantados na Internet ainda não se mantém financeiramente, exigindo sucessivos aportes de capital para continuar funcionando.
- PLÁSTICOS E INTERNET
A Internet somente deixou de ter uso exclusivamente militar e se popularizou nos meios acadêmicos a partir do final da década de 1980. Naquela época, o acesso era bem mais restrito do que hoje e apresentava velocidades relativamente baixas. Além disso, seu uso requeria familiaridade com computadores e sistemas operacionais UNIX ou DOS, pois não havia as atuais interfaces gráficas que tanto facilitam o manuseio dos computadores. Ou seja: os computadores não eram controlados através de ícones, mas sim através de linhas de comando digitadas, sem qualquer apoio gráfico na tela.
Os recursos disponíveis na Internet entre fins da década de 1980 e meados de 1990 eram:
- E-Mail e seus derivados, como listas de discussão e os fóruns eletrônicos para discussão (USENET);
- FTP (File Transfer Protocol): transferência de arquivos;
- Telnet: sistema para operação de computadores remotos. Ele era usado, entre outros fins, para acessar bases de dados e as poucas bibliotecas on-line já existentes. Cada sistema tinha seus próprios comandos, sem qualquer padronização, o que dificultava seu uso;
- Gopher: Ancestral dos sites da WWW via Telnet.
Já naquela época havia alguns recursos sobre polímeros e plásticos na Internet:
- Algumas universidades disponibilizavam software para simulação de processos de transformação ou cálculos de formulação via TELNET ou FTP, nem sempre publicamente;
- O grupo de discussão sci.materials da USENET, lançado em 1992;
- O grupo de discussão sci.polymers da USENET, lançado em 1994.
A verdade é que a Internet não era muito popular na época, sendo seu uso restrito ao pessoal acadêmico "anfíbio", ou seja, especialistas em plásticos que tinham bom trânsito em informática para usar com facilidade os recursos que ela disponibilizava.
A situação mudou radicalmente a partir de 1994 em função do advento de uma série de avanços tecnológicos:
- A Linguagem HTML (Hypertext Markup Language) usada na construção de páginas multimídia;
- Técnicas de compressão para imagens, sons, vídeos (GIF, JPEG) que reduziu significativamente o tamanho dos arquivos contendo esses recursos multimídia;
- Programas navegadores como o Mosaic e Netscape, usando interface gráfica.
os quais permitiram o surgimento da WWW - World Wide Web, ou Teia de Alcance Mundial, viabilizando o uso das interfaces gráficas no acesso à Internet, via plataforma IBM-PC/Windows, a mais popular. Este foi um passo vital para disponibilizar a Internet aos leigos em computação e viabilizar a explosão de sua massificação.
Será vista a seguir uma lista dos principais sites sobre plásticos na Internet. Na verdade, esta é uma seleção feita com alto grau de subjetividade dentro dos milhares de sites de qualidade disponíveis dentro da área dos plásticos e polímeros.
- Educação
Um site muito bem feito, atendendo desde estudantes de primeiro grau até universitários, é o da Macrogalleria:
www.psr.usm.edu.macrog/index.htm
ou
macrogalleria.cjb.net
Ele foi criado pelo Prof. Lon J. Mathias e seu grupo, o Polymer Science Learning Center, do Departamento de Ciência dos Polímeros da University of Southern Mississippi. Ele foi originalmente escrito em inglês mas há versões em outras línguas; as páginas em português estão em construção. Seu nível de complexidade vai desde os conceitos elementares dos polímeros e plásticos, adequados a estudantes do 1° Grau, até conceitos mais complexos ministrados em cursos universitários. Usa uma abordagem bastante leve, enfatizando o uso rotineiro dos polímeros no dia-a-dia, com exemplos baseados nas lojas de um Shopping Center. Ele inclui efeitos de animação para mostrar os mecanismos moleculares envolvidos nas características peculiares dos polímeros.
O site da Macrogalleria é um dos desenvolvimentos do projeto Polydelphia:
www.psrc.usm.edu/macrog/index.htm
do Polymer Science Learning Center, o qual inclui outros sites educacionais sobre polímeros. Por exemplo, o Polyquarium, onde propriedades dos polímeros biológicos marinhos são mostradas a partir de uma visita feita a um aquário, e o Macro-lab, um guia on-line sobre experiências laboratoriais simples com polímeros, incluindo sua síntese. Num futuro próximo pretende-se disponibilizar na Internet vídeos mostrando experiências científicas com polímeros e cursos on-line.
- Listas de Discussão
O Clube do Plástico é uma lista brasileira de discussão sobre aspectos técnicos ligados aos plásticos, borrachas e polímeros em geral, reunindo no momento mais de setenta especialistas na área. Seu endereço é
www.gorni.eng.br/clubeplastico.html
- Motores de Busca
Quem já fez uma busca sobre plásticos ou polímeros usando os motores de busca universais, tais como Alta Vista, Google, Yahoo ou mesmo Cadê? já deve ter sido surpreendido ou por milhões de respostas ou então por nenhum retorno. O Polymer Search é um motor de busca específico para polímeros que é mantido pela firma inglesa Rapra, a antiga Rubber and Plastics Research Association. Isso garante respostas bastante pertinentes quando o assunto da pesquisa é plásticos ou polímeros. Seu uso, ao menos por enquanto, é gratuito, no endereço:
www.polymer-search.com
Na área específica de materiais compósitos há o Worldwide Composite Search Engine,
www.wwcomposites.com
que é o primeiro motor de busca específico para esses materiais. Ele foi desenvolvido pela firma americana Deltronix Enterprises. Também é gratuito.
Uma coleção de sites sobre polímeros e plásticos também pode ser encontrada no endereço
www.gorni.eng.br/polymer.html
- Assistência Técnica a Clientes
Já nos primórdios da Internet comercial, em 1995, a General Electric Plastics mantinha um site pioneiro com informações técnicas úteis aos clientes que usam suas resinas e aos especialistas em geral na área do plástico. Sua página principal é
www.geplastics.com
O endereço da página brasileira, em português, é
www.geplastics.com.br
Já a página principal de assistência técnica aos clientes, em inglês, é
www.geplastics.com/resins/index.html
Recursos adicionais para auxílio aos transformadores de resinas da G.E. podem ser encontrados na página da Polymerland,
www.polymerland.com
onde há informações úteis sobre projetos de peças de plástico, dados sobre propriedades de resinas e grupos de discussão entre usuários e especialistas da G.E. para troca de experiências técnicas.
- Simulação On-Line de Processos
Processos de transformação de resinas plásticas, especialmente moldagem por injeção, podem agora ser simulados diretamente na Internet. Recentemente a Moldflow lançou o The Plastics Zone,
www.plasticszone.com
um site que permite que o internauta simule seus processos de moldagem por injeção usando o software Moldflow Plastics Adviser, numa versão especialmente desenvolvida para a Internet. Além disso, o site possui um banco de dados sobre características das resinas fundidas, serviços de consultoria, tecnologia e eventos. Tais serviços, contudo, não são gratuitos.
Desse forma transformadores poderão usar diretamente os recursos de simulação da Moldflow, sem a necessidade de se adquirir seu software ou mandar um especialista até a empresa. Além disso, a conexão on-line permitirá contato direto com especialistas da Moldflow em tempo real, acelerando o desenvolvimento de peças e moldes.
- Monitoração On-Line de Equipamentos
A Moldflow também está na vanguarda no que tange ao desenvolvimento de técnicas para permitir a monitoração e otimização do processo de moldagem por injeção à distância. O site sobre o Sistema Xpert,
www.moldflow.com/Products/MPX/features.htm
mostra as principais características dessa inovação.
Este novo recurso permite que especialistas examinem plantas de moldagem por injeção em qualquer lugar do mundo sem que haja a necessidade de seu deslocamento físico, acelerando processos de start-up ou de otimização.
- Comércio Eletrônico
O comércio eletrônico é um dos recursos da Internet que mais tem atraído a atenção dos fornecedores e distribuidores de resina. De fato, ele proporciona uma série de vantagens, como
- Comparação rápida e fácil entre preços e produtos;
- Redução de custos com pessoal, burocracia, estoques;
- Presta-se tanto à venda direta quanto via leilões.
A economia proporcionada pelo comércio eletrônico é pequena, mas pode ser decisiva num negócio como o fornecimento de resinas, onde a margem de lucro é muito pequena. Por outro lado, ainda é uma abordagem muito recente e controversa do ponto de vista do retorno financeiro real.
Mais uma vez a G.E. Plastics foi pioneira neste campo: seu site Polymerland foi o pioneiro neste campo e é o mais bem sucedido:
www.polymerland.com
No Brasil o comércio eletrônico de resinas já ocorre, mas em escala experimental. Ele necessita de adaptação em relação ao modelo americano, em função das condições peculiares do país:
- Infraestrutura de transportes e telecomunicações mais precária;
- Menor nível de informatização e formação técnica do transformador;
- Ambiente econômico adverso, afetando o oferecimento de crédito;
- Problemas de logística e segurança.
Como no mundo todo, também no Brasil as vendas eletrônicas de resinas estão ocorrendo a partir de sites de indústrias petroquímicas (como, por exemplo, a G.E. Plastics/Polymerland, já citada), distribuidores de resinas ou os chamados portais independentes (as chamadas empresas ponto.com).
Entre os exemplos de distribuidoras já capacitadas a trabalhar com comércio eletrônico podemos citar a Ruttino,
www.ruttino.com.br
e a Activas,
www.activas.com.br
entre outras.
Mas o fato é que, no Brasil, o comércio eletrônico de resinas ainda não virou rotina. As distribuidoras, no momento, estão usando a Internet apenas como um meio de comunicação a mais. Os sites das distribuidoras, apesar de aparelhados para venda eletrônica, possuem mais objetivos institucionais e de relacionamento com os clientes.
Podemos citar como exemplo de portais independentes brasileiros para venda de resinas a WebbPlastics,
www.webb.com.br/quimico/plasticos/index.htm
e a LatinPlásticos.Com:
www.latinplasticos.com
No Brasil os Portais Independentes enfrentam uma série de problemas além dos que afligem os distribuidores de resinas, tais como
- Custo da tecnologia por trás do site, ainda muito elevado;
- Falta de uma legislação tributária clara sobre empresas virtuais;
- Falta de confiança dos clientes nestes portais, decorrente da precariedade das empresas Ponto.Com após a desvalorização do índice Nasdaq. Pode-se citar como exemplo o fechamento do site Latin Advisor em setembro último.
E quanto ao futuro do comércio eletrônico?... A G.E. Plastics, pioneira na Internet desde o início de sua versão comercial, antecipa algumas tendências...
- Maior integração entre fornecedor e cliente. Por exemplo: monitoração do nível de estoques de resina pelo fornecedor, com geração automática de pedido quando houver necessidade de reabastecimento;
- Instituição do Design Solutions Center: o ideal é vender não só resinas via Internet, mas também capital intelectual sobre as aplicações de seus produtos. De fato, a assistência técnica ao cliente está deixando de ser um valor agregado ao produto, passando a ser paga de forma independente.
Uma tendência bastante forte tem sido a união de diversas empresas para o desenvolvimento de sites neutros, como é o caso do Omnexus.com, uma iniciativa da BASF, Bayer, Dow, Dupont e Ticona/Celanese. Trata-se de um site Business-to-Business (B-B), destinado à venda de produtos, equipamentos e serviços, inclusive de outras companhias, em escala global. Ele é voltado primordialmente para transformadores, especialmente os de moldagem por injeção, um mercado de US$ 50 bi/ano.
Outro exemplo desta nova abordagem é ElastomerSolutions.com, um site desenvolvido em conjunto entre a Bayer, CK Witco Corp., DSM Elastomers, Du Pont-Dow Elastomers, Flexsys, M.A. Hanna Rubber Compounding e Zeon Chemicals. Seu objetivo é atuar não só no comércio eletrônico, mas também como um portal com informações e serviços úteis e gratuitos aos transformadores e usuários de elastômeros - ou seja, dispor do famoso conteúdo, incluindo:
- Notícias;
- Artigos Técnicos;
- Fórum para discussões eletrônicas e/ou chats;
- Software;
- Catálogos; e
- Calendário de eventos.
- CONCLUSÕES
A Internet veio para ficar. Nos seus primeiros cinco anos de vida comercial, revolucionou profundamente a maneira como a informação pode ser transmitida e disseminada. Em função das limitações atuais em termos de velocidade de transmissão de dados (largura de banda) e de processamento dos computadores, estamos longe de alcançar o potencial pleno desse novo recurso digital.
Nos próximos cinco anos a revolução continuará e, embora seja arriscado fazer qualquer previsão, há boas chances de que os seguintes itens abaixo tenham se tornado corriqueiros:
- Conexões de banda larga;
- TV digital via Internet;
- Livro/revista eletrônica portátil;
- Computadores sem Winchester;
- Acesso móvel à Internet;
- Fim das coleções de software, vídeo e discos;
- Micropagamentos por informações e serviços obtidos na rede.
Além da ameaça velada sobre uma redução no consumo de resinas plásticas usadas na fabricação de disquetes, CD's e fitas de vídeo fica difícil prever exatamente o que essas tecnologias irão alterar na nossa vida e na indústria do plástico...
Pode-se prever, por exemplo, maior facilidade no controle de processos e produção através da conexão massiva a baixo custo de máquinas e equipamentos via Intranet/Internet, com seus dados sendo continuamente analisado por computadores. Haverá uma profunda integração entre informações técnicas e comerciais entre cliente e fornecedor, ainda que restrições de cunho estratégico poderão inibir essa comunhão em prol de maior produtividade e eficácia. Haverá um domínio cada vez maior dos processos industriais com a aplicação de técnicas de simulação mais complexas e perfeitas. Os recursos multimídia serão poderosos e baratos, constituindo poderoso auxílio didático.
Mas, por outro lado, surgirá um monstro onipresente com enorme capacidade de não só fornecer, mas também captar e transmitir dados em qualquer ponto do planeta. Junte-se a isto a moderna tecnologia de câmeras de TV, cada vez mais minúsculas e baratas, e percebe-se porque a sombra do 1984 de Orwell, mais do que nunca, paira em nosso futuro. Como se pode observar, nem sempre modernidade é sinônimo de progresso.
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Última Atualização: 10.09.2003 | |
© Antonio Augusto Gorni | |